Aline e o pai, um amor de pai e filha, um amor de amigos. Um pai que estava ali, a qualquer momento e a qualquer hora, um pai de caronas e risadas altas, um pai que faz falta diariamente. Lembrar dele todos os dias é um jeito que Aline encontra para contar sobre essa falta, imensa, sobre esse amor, que fica para sempre.
“Eu ligava e pedia sua ajuda, lá estava ele, a qualquer momento, não havia tempo ruim para ajudar os outros.”
Meu nome é Aline de Oliveira. Tenho 43 anos. Perdi meu melhor amigo, meu pai Vasni de Oliveira, em 01/04/2022, aos 70 anos, em decorrência de complicações no intestino consequentes do Covid.
Meu pai era o faz tudo da família, eletricista por profissão, mas fazia de um tudo. Ajudava a todos, família e amigos, tinha um coração gigante. Eu ligava e pedia sua ajuda, lá estava ele, a qualquer momento, não havia tempo ruim para ajudar os outros.
“Lutou muito, mas muito mesmo.”
Ele foi internado no final de janeiro, em 27/01/22, às pressas, já com uma infecção gravíssima no intestino, após ter ficado internado uma semana para tratamento da Covid. Já na internação fez a primeira cirurgia, colocou bolsa de colostomia. E depois disso teve mais quatro intervenções cirúrgicas. Lutou muito, mas muito mesmo.
“Nunca, em nenhum momento, deixei de acreditar que ele sairia do hospital e se recuperaria.”
Foram setenta dias internado na UTI. Nunca saiu da cama. As visitas ao hospital eram repletas de amor. Eu abraçava, beijava e falava que tudo ficaria bem. Rezamos muitas vezes juntos. Nunca, em nenhum momento, deixei de acreditar que ele sairia do hospital e se recuperaria, pois ele havia me feito uma promessa, disse que iria ao meu casamento, me veria de noiva e me levaria ao altar.
“Um dia antes do meu casamento ele se foi levando uma grande parte do meu coração.”
Eu e meu marido já morávamos juntos há nove anos e, após cinco anos de convivência iniciamos os preparos para o grande dia. Eu aluguei um local que era a cara do meu pai, com um lago, tinha certeza que ele adoraria.
Como disse foram setenta dias de muita luta, com dias bons e outros muito ruins. Os médicos informavam que a situação era muito difícil, mas em nenhum momento perdi a esperança e a fé que meu melhor amigo não iria me deixar, mas um dia antes do meu casamento ele se foi levando uma grande parte do meu coração.
“Como assim meu pai, meu amigo, tinha partido? Era um pesadelo.”
Eu estava me preparando para o casamento. Na sexta de manhã meu marido recebeu a ligação dos meus irmãos, informando seu falecimento, assim que recebi a notícia parece que um buraco se abriu sob meus pés e na minha alma. Não conseguia respirar e uma revolta tão grande tomou conta de mim. Como assim meu pai, meu amigo, tinha partido? Era um pesadelo.
“Ainda não entendo porque você se foi tão cedo, porque não conseguiu ir ao meu casamento e nem festejar os seus 50 anos de casado com a mãe.”
Sinto tanta falta do meu velhinho. Falta dos domingos de churrasco, das noites de pizza, das suas risadas altas, das suas caronas. Ah meu pai, queria tanto que você tivesse mais tempo com sua neta, que a visse crescer. A saudade me visita todos os dias, não tem um dia sequer que eu não me lembre de você.
Ainda não entendo porque você se foi tão cedo, porque não conseguiu ir ao meu casamento e nem festejar os seus 50 anos de casado com a mãe, mas eu sei que você está bem (com seu coração gigante e sua alma tão linda) e não tenho dúvidas que um dia nos reencontraremos.
Te amo nessa vida e nas outras. Te amo pra sempre!!!
(Autoria: Aline de Oliveira)
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