“Será que vela como eu, será que chama como eu, será que pergunta por mim”, essa música, na voz de Bethânia, me faz pensar no coração de uma mãe e na impossibilidade de estar desacompanhada de um filho, em sua eternidade. Um filho, cujo sonho, era seguir nos protegendo. Como entender os caminhos da vida, como acalmar o coração de centenas de mães que se despedem de filhos cuja função era nos proteger? Jaqueline nasceu como mãe aos 17 anos, Fernando, o menino que parecia uma planta de tão calmo, que irradiava alegria, que conseguiu juntar mais de mil pessoas e fechar uma igreja em sua despedida, Fernando que, aos 25 anos, nas ruas, nos protegia. Através de Jaqueline abraço todas as mães de policiais, centenas e centenas, desfilhadas nessa travessia que continuam… Fernando, querido, vele por sua mãe, na brisa da tarde e nos raios de sol, com sua alegria contagiante, vele por ela…
(Autoria: Jaqueline Dantas, mãe eterna do Fernando)
“Sou Jaqueline, mãe do anjo Fernando e do Renan que graças a Deus está aqui do meu ladinho. Meu filho Fernando Andrade faleceu em 29/03/2017, aos 25 anos de idade, no auge de sua carreira. Era Policial Militar, estava há 4 anos na corporação, uma carreira com a qual sempre sonhou. Morreu no momento mais feliz de sua vida, estava realizando seus sonhos, tinha acabado de comprar um terreno. Meu filho sabia que iria desencarnar cedo, pois curtiu cada minuto da vida dele, era muito feliz, poucas vezes eu o vi triste, foi tão pouco que nem lembro desses momentos. Fernando era amigo, parceiro, amava uma cerveja, vivia de bem com a vida, sempre foi um menino calmo, eu sempre falei que era planta, onde eu colocava ele ficava. Amoroso, carinhoso, era meu companheiro, ele, que me ensinou a ser mãe aos 17 anos.
Fernando estava trabalhando e, na hora do seu almoço, viu um assalto e foi intervir, teve troca de tiros, meu filho levou um único tiro que acabou com sua vida aqui na terra. Ele era muito querido por todos, tinha muitos amigos, em sua despedida foram mais de mil pessoas, na missa de sétimo dia fechamos uma igreja. Agradeço a Deus por me presentear com um filho lindo e amado por todos. Meu filho é um espírito evoluído, mas faz muita falta, a alegria dele ERA CONTAGIANTE.
O que me ajuda a passar por essa dor é seguir um dia de cada vez, acreditar que meu filho vive em outro plano, acreditar que a missão dele se encerrou e por esse motivo não está mais aqui e, a cada dia , me fortalece seguir e esperar o reencontro.