Sabe aquele nosso amor? Aumentou!

1892

Tinha a Professora Zete e o Tião, tinha uma janela, uma rede e uma saudade, imensa, do tamanho do amor acontecido… Na despedida couberam “as juras de amor, as preces, o carinho e a paz”, coube o amor continuado nessas delicadezas que nos amparam nos dias em que a vista da janela fala no silêncio, a gente se alia ao barulho do vento nas folhas e faz uma prece de gratidão porque “os outonos se sucedem e a convivência permanece nos corredores da alma”. Sabe aquele nosso amor? Aumentou!”.

“.. Outonos se sucedem e eu aqui convivendo comigo em todos os corredores dessa alma. Sou silêncio e acomodei minha dor em um quarto que visito e revisito em pensamentos e solilóquios. Sim, eu sou aquela que canta um amor além e tem asas quebradas… Sou a do grito sem“Tião era pra mim tão natural e imprescindível quanto o ar. Um amigo adorado que chegou de mansinho e se transformou em meu amor. Soube me amar, tanto, que se tornou meu rei. Dos quase 35 anos de casados eu nunca soube o que era rotina. Fomos um casal de namorados até o fim. Tivemos quatro filhos e nossa vida era plena de felicidade. Adoeceu, mas seu sério problema de saúde, nunca lhe tirou o otimismo e os planos para nossa velhice. Fomos fortes o tempo inteiro! Sua passagem foi algo pleno de amor e luz, naquele quarto de Hospital – ele, eu, nossos filhos e sua dolorosa partida… preces, juras de amor, carinho e paz… despedida! Fiquei mutilada depois daquele maio de 2011, sigo sem encanto, com ele no olhar. Não o esqueço um só momento e agradeço a Deus, ter vivido um amor tamanho, uma história que é minha riqueza, um homem que carrego para onde vou e viverá em meu coração, para todo o sempre… Olho para o céu e sempre repito: Eu te amo!
Os dias e as datas vão passando, sou a do grito sem eco, sou a da voz cada vez mais débil, sou a que ama o abstrato, a que tateia seu corpo muito equidistante e sempre presente.
Sabe aquele nosso amor? AUMENTOU!”

(Autoria: Professora Zete)

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