Cláudia e Cícero e esse amor imenso, inaugurado na chegada de Luiz Eduardo, Lu, Dudu, como carinhosamente o chamavam. Um amor tão imenso que contraria os prognósticos, “Dudu não vai andar…”, Dudu correu, no chão, na garupa de um cavalo. Um anjo azul que trouxe tantos lugares de aprendizagens, de força e amor puro, deveria e será eterno. Cláudia e Cícero contam para todos nós que o amor não tem fronteiras, mesmo diante da injustiça de um filho que segue. Dudu, Lu, fica, para sempre. Assim é, assim deve ser, assim merece ser, para sempre.
“Quando vimos seu sorriso pela primeira vez, desejamos que ele fosse eterno. Nossas prioridades foram mudadas, Dudu apresentou atraso cognitivo e motor. “
Somos Cláudia e Cícero, moramos em Juazeiro do Norte, tivemos um príncipe lindo, Luiz Eduardo. Nosso filho nasceu prematuro, aos seis meses de gestação, lutou muito pela vida.
Quando vimos seu sorriso pela primeira vez, desejamos que ele fosse eterno, naquele momento, nossa felicidade deixou de ser relevante, nossas prioridades foram mudadas, nosso amor se voltou para um pequeno ser que carregava em meus braços. Dudu apresentou atraso cognitivo e motor, Síndrome Coffin-Siris, além de uma hidronefrose no rim esquerdo e crises convulsivas.
“Nosso filho nunca soube o gosto de um pirulito, bombons, pipocas bolinhos e todas essas coisas que as crianças gostam.”
Nosso Anjo, guerreiro, nos deixou um legado de superação tão forte. Luiz Eduardo, Dudu, onde chegava encantava a todos. Desde seu nascimento, na UTI neonatal, cantava para ele e dava forças. Em todos as internações eu o fazia sorrir, dizendo “vai dar tudo certo, filho”, e sei que ele me entendia.
Estava sempre sorrindo. Mantinha uma alimentação liquidificada, pois não conseguia ingerir alimentos sólidos em função de engasgos. Nosso filho nunca soube o gosto de um pirulito, bombons, pipocas bolinhos e todas essas coisas que as crianças gostam.
“Apesar dos médicos terem dito que ele não andaria. Realmente não andava, pois, andar era pouco, ele corria com tanta velocidade e força que só vendo para acreditar.”
Passou por duas cirurgias. Foi um guerreiro. Nosso orgulho, nossa vida, onde encontrávamos forças todos os dias para vencer os obstáculos. Dudu fazia terapia diariamente, íamos de ônibus, era uma alegria nos olhos, tão carinhoso. Ele não se expressava verbalmente, mas ouvíamos sua voz através dos seus olhos, abraços e sorrisos.
Eu o deixei vencer obstáculos, que para muitos era impossível, mas eu sabia que ele conseguiria, apesar dos médicos terem dito que ele não andaria. Realmente não andava, pois, andar era pouco, ele corria com tanta velocidade e força que só vendo para acreditar. Comecei aos poucos a colocá-lo no cavalo, ele adquiriu um grande equilíbrio. Tudo que propunha, ele superava o próprio medo. Essa felicidade era dividida, perto dele eu virava criança e a gente se divertia, éramos muito felizes apesar de todas as dificuldades dele. Filho, Lu, como eu o chamava, pede a Deus para dar forças para continuarmos, te amamos muito. (pai do Luiz Eduardo)
“Faríamos tudo novamente para que nada lhe faltasse mas, infelizmente, não fomos capaz, assim como ninguém seria, de protegê-lo da morte.”
Tenho a certeza que iremos nos reencontrar, sei que está ao lado de Deus brilhando entre as mais belas estrelas. Nosso filho vive, hoje contagiando o céu com aquele seu sorriso lindo e encantador. Brilha, nossa estrelinha, voa, nosso anjinho. Te amamos e amaremos por toda a eternidade.
Lutamos para lhe dar o nosso melhor, nos sacrificamos e não nos arrependemos. Faríamos tudo novamente para que nada lhe faltasse mas, infelizmente, não fomos capaz, assim como ninguém seria, de protegê-lo da morte, Deus estava precisando de você ao lado dele.
“Não existe dor que se assemelhe a esta, ver partir alguém que só o deveria fazer depois de nós.”
Perder você nos trouxe um sentimento de revolta, de impotência e profunda tristeza que vai prevalecendo, passe o tempo que passar. Queria muito rever seu rosto, afagar seu cabelo, encostar você no meu peito de um jeito apertado.
Não existe dor que se assemelhe a esta, ver partir alguém que só o deveria fazer depois de nós.
É impossível que uma mãe esqueça aqueles que são seus descendentes e eu guardarei nossas memórias no lugar mais seguro do meu coração. Nunca tirarei da minha mente seu sorriso, seu abraço, seu amor puro. Meu anjo, com certeza, está junto do Pai.
Sermos pais de um filho AUTISTA não é “ter um problema”, é um aprendizado, nosso filho nos ensinou muito. Ele segue conosco como um exemplo de que, mesmo com tantos problemas, podemos “sorrir, compreender a marcha e seguir em frente.”
Te amamos, meu Filho.
(Autoria: Cláudia e Cicero, pais, para sempre, do Dudu)
@claudiaanjoazul_luiz_eduardo
@lacoselutos_